terça-feira, dezembro 01, 2009

Cancro: Portugueses descobrem gene mutado

Descoberta poderá ser uma ajuda para o desenvolvimento de novos fármacos.
Investigadores portugueses identificaram pela primeira vez um gene mutado no cancro gastrointestinal, que poderá servir num futuro próximo como biomarcador de prognóstico ou ajudar a desenvolver novos fármacos. O trabalho, a publicar em breve pela revista Human Molecular Genetics, foi realizado por uma equipa do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, liderada por Raquel Seruca, em colaboração com colegas do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e do Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia do Instituto Superior Técnico.
Em considerações dadas à Agência Lusa, Raquel Secura diz: «Desde há muito tempo que nos preocupamos em encontrar genes mutados, especialmente nos cancros colo-rectal e gástrico, que possam servir como biomarcadores para perceber o estado da doença, modificar a terapêutica dos doentes ou desenvolver novas drogas».
Acrescentou ainda: «A novidade da descoberta é que este gene nunca até agora tinha sido descrito como estando mutado no cancro e vai ser descrito pela primeira como um gene participante no desenvolvimento do cancro colo-rectal e do estômago, e provavelmente implicado noutro tipo de neoplasias».
Durante o estudo, que demorou cerca de três anos, os investigadores analisaram uma série de tumores de doentes de várias origens (Finlândia, França, Itália, Suécia e Espanha) nos quais constataram mutações do novo gene em cerca de 21 por cento dos casos de um tipo particular de cancro colo-rectal e do estômago.
Como se tratava de um gene novo e era necessário perceber a importância das alterações, foi submetido a múltiplos estudos, nomeadamente bioinformáticos, nos quais participaram as equipas de Arsénio Fialho, do IBB, e de Peter Jordan, do INSA, explicou a geneticista.
Os investigadores concluíram que essas mutações eram capazes de modificar o comportamento das células, tornando-as agressivas e invasoras, tendo por isso capacidade oncogénica, e que o gene mutado participa no cancro colo-rectal.
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